A importância da comunicação no cuidado

“Estou treinando a voz.

Hoje canto em azul, mas desafino

Sai cinza claro, mas dá para ouvir..”

A comunicação é intrínseca ao ser humano, pois vivemos em permanente interação com a realidade que nos cerca e com as outras pessoas. Ela é uma técnica de troca e de compreensão de mensagens entre os indivíduos que partilham suas ideias, pensamentos e propósitos.

A palavra “comunicação” tem a sua origem no Latim COMMUNICATIO, e sua tradução literal seria algo como “tornar comum”, porém foi atribuído o significado de “ato de repartir, dividir, distribuir”. Este termo é derivado de COMMUNIS, que significava “algo compartilhado por vários, público, geral”.

No contexto do cuidado, a comunicação é extremamente relevante para os pacientes e seus familiares: representa atitude, cooperação, sentimento e sensibilidade, sendo instrumento de fortalecimento das relações entre profissionais de saúde e/ou cuidadores com quem está doente.

E isso vai além de uma troca de palavras, ela também contempla a escuta atenta, o toque afetivo e o acolhimento por meio de uma comunicação eficaz, clara e honesta – e é uma medida terapêutica comprovadamente eficiente.

Sendo assim, a comunicação torna-se um método fundamental para o cuidado integral e humanizado, capaz de reconhecer e acolher as necessidades do paciente (de forma verbal e não verbal) colocando-o como protagonista do cuidado para que consiga receber os cuidados específicos de acordo com sua doença e seus valores com dignidade.

A COMUNICAÇÃO FORTALECE VÍNCULOS E RESPEITA ESCOLHAS.

Devemos enxergar o paciente além do seu diagnóstico. Além de um protocolo, de uma série de remédios ou de uma rotina hospitalar. Cada um possui sua história, suas emoções e perspectivas: o cuidar não deve ignorar quem está por trás disso, um SER HUMANO, acima de tudo.

Assim, o papel do cuidador (seja profissional de saúde ou não) não é somente técnico: é sensível, empático e tem compaixão. É mais do que uma relação racional baseada no conhecimento sobre o manejo de uma doença. Envolve aspectos específicos relacionados à doença do paciente e sua história de vida.

Quando se estabelece uma relação de confiança no cuidador, o paciente se sente seguro, acolhido e capaz de tomar as decisões mais adequadas a serem feitas para a vida e para o tratamento.

Quando há um espaço seguro de partilha de medos e anseios (inclusive a respeito da finitude), a travessia  pelo tratamento pode ser menos dolorosa.

É urgente resgatar e valorizar as relações no processo de morrer. E é isso que nós vamos ensinar  no “Sentinelas – Curso de Formação para Guardiões do Fim da Vida”.

 

7 respostas

  1. Boa noite!!!
    Tenho uma imensa admiração pelo seu trabalho. Minha mãe faz 90 anos no final deste ano e tenho acompanhado seu trabalho com objetivo de me preparar, caso ela venha precisar de cuidados paliativos. Ela é lúcida e faz suas atividades sozinha. Levo para o Pilates duas vezes por semana.

    1. Maria, obrigado por nos acompanhar!
      Ficamos muito felizes que você tenha consciência e cuide tão bem da sua mãe (e pilates é maravilhoso, não é?).
      Um abraço,
      equipe ACQA. ❤

  2. Eu amei quando te conheci pena que a minha mãe já havia Aparecido cuide dela durante 15 anos contudo nos últimos meses Perdi várias pessoas importantes na vida inclusive o meu cunhado que estava com câncer levou um ano e meio para virar o falecimento e toda a sua matéria ajudou muito a gente cuidar dele com mais dignidade muito obrigada só agradecer muito obrigado

  3. Olá boa tarde, ti conheci através da sua entrevista com o Marcelo Tass, tive a sensação de que ti conhecia a anos.
    Seu jeito de colocar as coisas, muito simples e objetivo. Vim te procurar no Instagram, e estou amando cada coisa, digerindo passo a passo, e vejo o quanto somos necessários na vida dos outros. E sim, estamos no mesmo caminho de nossos pais. Obrigada por existir 😃 e compartilhar seus conhecimentos.

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