Setembro Amarelo: a busca pelo arco-íris após uma tempestade

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“Sentir-se livre como um pássaro é esquecer tudo, menos sua felicidade.”

Autor desconhecido

A escolha da cor na campanha de prevenção ao suicídio foi feita em alusão à Mike Emme, um adolescente americano de 17 anos, que tirou sua vida dirigindo um carro amarelo. Seu familiares distribuíram cartões com uma fita amarela para apoiar quem estivesse passando por situações semelhantes.

Não é à toa que a campanha de Setembro Amarelo carrega este nome e faz uso dessa cor na divulgação de suas peças publicitárias.

Mas para começar essa conversa, precisamos encarar os dados com seriedade. O suicídio é uma realidade triste e cruel que, inclusive, é considerado um problema de saúde pública capaz de gerar grandes prejuízos para toda a sociedade.

Segundo uma pesquisa da OMS – Organização Mundial da Saúde, em 2019, foram registrados 700 mil suicídios em todo o mundo. Já aqui no Brasil, são cerca de 14 mil casos por ano.

Não existem soluções simples para problemas complexos. Mas há caminhos possíveis para contornarmos a dura realidade do suicídio. E, para isso, precisamos mudar nosso pensamento e retirá-lo do campo do tabu.

Suicídio não é drama, não é falta de Deus, não é para chamar atenção e nunca acontece por uma única causa: especialistas no assunto ditam que este é um fenômeno multifatorial desencadeado por uma série de fatores como, idade, gênero, doenças crônicas, componentes genéticos e ambientais, transtornos psiquiátricos, conflitos familiares, desemprego, entre outros.

Ele pode vir a acontecer quando há sofrimento intenso, quando não é possível enxergar nenhuma outra saída a não ser a morte: quando uma pessoa pensa em suicídio, ela pensa, na verdade, em matar sua dor.

Quando alguém decide terminar com sua vida, seus pensamentos, sentimentos e ações ficam muito restritos, ou seja, ela é incapaz de encontrar outras maneiras de enfrentar ou de sair do problema devido a distorção que o sofrimento emocional impõe.

A informação e o conhecimento para que possamos ajudar alguém que amamos (e a entendermos sobre nós mesmos) é uma saída possível para contornar esse problema tão grave. É muito importante que saibamos identificar quando alguém está pensando na morte como único caminho e possamos escutá-la sem julgamentos, mostrando que estamos disponíveis e, principalmente, encaminhando-a para um profissional de saúde (um médico psiquiatra) que saberá como manejar a situação de forma eficiente.

Alguns sintomas que podem indicar que é necessário buscar ajuda: falta de interesse pelo próprio bem-estar, queda na produtividade no trabalho e nos estudos, mudança em padrões alimentares e no sono, tentativa de fazer as pazes com outras pessoas, ameaças verbais de suicídio, comportamentos arriscados e perigosos… mas nem sempre isso acontece, muitas pessoas podem apresentar sintomas sutis.

Conversar sobre o assunto não encoraja o ato, muito pelo contrário. É uma maneira de mostrar que há outras alternativas disponíveis que não o suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 90% dos casos de suicídio podem ser evitados, e um dos principais meios de prevenção é o diálogo.

Todos nós devemos atuar na conscientização da prevenção do suicídio, mostrando um caminho para quem está passando por um momento difícil para que busquem ajuda e entendam que a vida será sempre a melhor escolha.

Mas acolher exige sensibilidade  e compaixão. As pessoas, muitas vezes por medo de incomodar, dos julgamentos ou por simplesmente pela incapacidade de se expressarem, não conseguem pedir ajuda. Por isso, vale um olhar atento ao amigo, ao familiar, a um colega de trabalho. Mas isso precisa ser de  forma genuína, do fundo da alma.

Emoções, passados e erros não definem ninguém. Parece óbvio ou até mesmo bobo falar sobre isso, mas as dores não são eternas.

Sempre haverá um arco-íris depois da tempestade.

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INFORMAÇÕES IMPORTANTES:

O CVV – Centro de Valorização da Vida é um canal gratuito e sigiloso que funciona 24h em todo o Brasil. Para entrar em contato, é só ligar para 188 ou acesse aqui. 

Para agendamento de consultas psicológicas ou psiquiátricas gratuitas, conheça o Mapa da Saúde Mental.

6 respostas

  1. Conteúdo muito útil!!! Precisamos acabar com esse tabu. Como sugestão, poderia escrever sobre como abordar esse assunto com pessoas que precisam de nossa ajuda… Acho delicado e não tenho certeza se saberia abordar de forma acertiva.

  2. Falar com pessoas, que estejam em sofrimento, e na verdade em muitas outras situações, requer algo imprescindível: SABER OUVIR, onde ouvir não é não falar. São várias atribuições no ato de ouvir:
    – não opinar
    – não criticar
    – não julgar
    – não condenar
    – aceitação total
    – ameaça zero
    – disponibilidade
    – reflexionar sentimentos
    – buscar entender e aceitar a pessoa e seu momento
    – interesse genuíno

    GPS- pessoas pra ouvir você, grupo de voluntários sediados em Santo Antônio do Pinhal, atende também como o CVV, pelos telefones: 12 99 730 6267

  3. Bom dia, como faço para pedir ajuda, no momento estou passando por uma situação muito difícil, não estou conseguindo lidar com essa situação, meus pensamentos estão voltados para tudo que é negativo, até de me suicidar eu penso, depois que a minha esposa foi embora,e eu fui o culpado pela separação,se tiver alguém que possa me ajudar, nesse momento considerado muito difícil para mim.

    1. Olá, Ademir! Você pode buscar ajuda pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, um canal gratuito e sigiloso que funciona 24h em todo o Brasil. Para entrar em contato, é só ligar para 188.
      Você não está sozinho! 💛
      Com carinho,
      Equipe ACQA.

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